As paisagens sonoras como ferramenta no despertar geográfico
DOI:
https://doi.org/10.33025/grgcp2.v10i20.4068Palavras-chave:
Paisagem Sonora, Música, Educação Geográfica, Práticas Pedagógicas, CurrículoResumo
O trabalho debate como as paisagens sonora (soundscapes) podem ser importantes ferramentas pedagógicas na “educação geográfica”, a dita geografia escolar. Incentivar o silêncio em sala de aula e escutar os diferentes sons e seus respectivos emissores em um mundo cada vez mais urbano e com poluição sonora (lo-fi). Para tal missão, inicia-se com um histórico sobre a origem do termo soundscape, desenvolvido pelo canadense Murray Schafer em 1977, e seus desdobramentos por autores como Feld (2018) e Santos (2006). Cumprido o primeiro objetivo da pesquisa, questiona-se como inserir tais práticas não ortodoxas em currículos engessados. Ou seja, prega-se a necessidade do diálogo da geografia tradicional com novas práticas que oxigenam o ensino-aprendizagem (VILELA, 2016; MARINO, 2018). A aprendizagem de conceitos basilares da geografia, como paisagem e lugar, a partir de uma abordagem sonora e musical não rompem necessariamente com métodos já consolidados, agregam apenas novas perspectivas na formação do educador e no cotidiano escolar. Afinal, associar às paisagens visíveis certos sons, reconhecendo suas origens, e aos lugares músicas que carregam uma coerência histórica desde a sua concepção oferecem ao aluno um impulso criativo. Aqui é proposto uma sinergia entre o contemporâneo e o tradicional, gerando uma inovação de fato, não supérflua que transcenda a mera aparência tecnológica.
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