Sobre Geografia(s) e quintais
DOI:
https://doi.org/10.33025/grgcp2.v10i20.4444Palavras-chave:
Quintais, Espaços Livres de Edificação, Epistemologias Emergentes, Urbanização, SociodiversidadeResumo
O artigo apresenta uma proposta de investigação elegendo quintais como objeto-chave para pensar a urbanização. Busca debater as relações dialógicas possíveis entre vários campos científicos, assim como propõe caminhos pedagógicos transgressores que permitam superar silenciamentos e apagamentos a partir da valorização de grupos e de epistemologias subalternizadas, visando acessar e compreender os espaços urbanos a partir dos/as sujeitos/as envolvidos. Tendo como foco os quintais de espaços periferizados, destaca a importância dessa forma de habitar a partir de uma perspectiva multiescalar e multidimensional, onde distintos campos do conhecimento e saberes são necessários para sua compreensão. Da importância biogeográfica dos fluxos de espécies, dos processos ecológicos, passando pelos conflitos sociais, violência urbana, aborda o papel do capital na transformação do espaço urbano e suas consequências para a saúde social e ambiental das cidades. Resultado de um projeto de extensão inspirado em Manoel de Barros – Meu quintal é maior que o mundo-, ressalta a importância da incorporação de linguagens diversificadas como estratégias pedagógicas no campo científico, acionando a Ecologia dos Saberes como estratégia de ampliação epistemológica, diversidade e inclusão. Ao questionar a neutralidade nas ciências, se utiliza de um posicionamento epistêmico apontando para as possibilidades existentes em uma Geografia das Ausências e na Geografia das Emergências, parodiando Boaventura de Sousa Santos, reivindicando Geo-grafias mais plurais e inclusivas de forma a encantar novos/as sujeitos/as e corporeidades para as ciências e por uma Educação libertária e transgressora, como proposta por bell hooks.
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